Caravanas da Amazônia e da América Latina participam de Encontro Global histórico em Santarém
28/10/2025
(Foto: Reprodução) Boletão climático do encontro global das caravanas em Santarém
Jaciara Borari
Começou no último domingo (26) e segue até o dia 30 de outubro, em Santarém, no oeste do Pará, se tornou o centro da mobilização climática amazônica e latino-americana. Caravanas vindas das Amazônias do Brasil, Equador, Colômbia, além do México, cruzaram rios, fronteiras e territórios para participar do Encontro Global das Caravanas, organizado pela Aliança dos Povos pelo Clima com diversos parceiros, um grande espaço de articulação que antecede a COP30, em Belém.
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Com o lema "A Gente COBRA: Financiamento Climático Direto para Quem Cuida da Floresta", o encontro busca alinhar estratégias comuns e preparar ações artivistas e políticas que ecoarão durante a conferência global. A iniciativa é organizada pela Aliança dos Povos pelo Clima, articulação que reúne lideranças indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhas e juventudes urbanas em torno de um novo pacto coletivo pela justiça climática.
Durante o encontro, os participantes do Encontro debatem financiamento climático, decolonização financeira e autonomia dos povos, com o objetivo de definir estratégias conjuntas e produzir materiais de mobilização que seguirão viagem rumo a Belém, levando mensagens, cantos e símbolos de luta por justiça climática.
O encontro reúne porta-vozes da Aliança, como Val Munduruku, Sara Lima e Matsi Waura, além de representantes das caravanas da América Latina, como Emil e Lucía (Equador), Xiomara (Colômbia), Mario e Dianx (México), Iniquilipi (Panamá) e Amalen e Kevin (ativistas globais).
Anderson Santos fala sobre o Encontro Global das Cavanas
Participam também ativistas nacionais e internacionais de movimentos e organizações como Artivist Network, Engajamundo, Oxfam, Escola de Ativismo, Parede Viva e Instituto Procomum, entre outros.
O Encontro Global das Caravanas marca ainda o lançamento nesta terça-feira (28), da campanha A Gente COBRA, que propõe um novo paradigma para o financiamento climático: recursos diretos para povos indígenas e comunidades tradicionais, baseados na confiança, na corresponsabilidade e em regras simplificadas que reconhecem as realidades locais.
Entre as principais reivindicações estão a destinação de 50% dos recursos dos fundos climáticos diretamente a povos e comunidades tradicionais, a participação deliberativa nos conselhos de fundos como o Tropical Forests Forever Facility (TFFF) e o Fundo de Perdas e Danos (FRLD), o fortalecimento de fundos comunitários autônomos e a taxação global das grandes fortunas e lucros excessivos para financiar a ação climática.
O barco Santarém–Belém
Ao final do encontro, dia 30 de outubro, um barco partirá de Santarém rumo a Belém, em uma jornada simbólica e política que reunirá mais de 200 representantes de comunidades e movimentos das cinco Amazônias, além de ativistas de diversos países. A chegada à capital paraense, prevista para 1º de novembro, marcará o início das ações conjuntas da Aliança dos Povos pelo Clima na COP30.
A travessia fluvial será uma manifestação de resistência e esperança. O barco levará os materiais produzidos durante o encontro — faixas, cantos, manifestos e símbolos — como um cortejo que celebra a união dos povos da floresta e reafirma o papel dos territórios na resposta à crise climática.
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